Lagartas Venenosas

Manifestações Clínicas

  • Dermatológicas

  • Hemorrágicas

  • Osteoarticulares.

  • Tratamento

    A ordem Lepidoptera possui mais de 100 mil espécies de insetos distribuídos pelo planeta e são conhecidos na forma adulta como borboletas ou mariposas. As formas adultas raramente causam problemas ao homem, exceção a alguns surtos epidêmicos de dermatite. Neste caso o acidente é denominado lepidopterismo. Os acidentes com as formas larvais do inseto (lagartas, taturanas) são denominados erucismo. Estes ocorrem quando há contato entre a pele e os pêlos da lagarta.

    As manifestações dermatológicas

    Ocorrem muito frequentemente com as lagartas do gênero Megalopygae, embora acredita-se que todas as lagartas (Lonomia, Premolis) provocam lesão urticante na pele e mucosas após o contacto inicial.

    No momento do acidente o paciente sente dor de leve a muito intensa, acompanhada de eritema, lesões papulares e prurido.

    As flictenas e as vesículas podem formar-se 24 horas após o acidente com necrose superficial e hiperpigmentação.

    Mal-estar, sensação febril, náuseas, vômitos, diarréia, lipotimia e outros sintomas podem aparecer.

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    As manifestações hemorrágicas

    são causadas principalmente pelas lagartas do gênero Lonomia. Estas quando em contato com a pele humana produzem queimaduras à semelhança de qualquer outra taturana.

    Entre 2 e 72 horas após o acidente aparecem hematomas, equimoses, hematúria, gengivorragia, cefaléia e palidez.

    Acredita-se que o veneno deste gênero tenha ação fibrinolítica e ação semelhante à coagulação intravascular disseminada. Existe consumo de fatores de coagulação e a insuficiência renal aguda aparece como complicação dos fenômenos hemorrágicos.

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    As manifestações osteoarticulares

    Ocorrem principalmente nos seringueiros da região Amazônica que entram em contato com as lagartas do gênero Premolis.

    A pararamose, assim popularmente denominada, é considerada doença profissional de natureza inflamatória causada pelo contato acidental com as cerdas destas lagartas.

    A reação cutânea inicial é semelhante ao das outras espécies de lagartas (dor, prurido e eritema). A exposição subsequente e continuada acaba por levar o paciente a uma artrite crônica deformante.

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    Tratamento

    • Deve ser aplicado nos indivíduos recém-acidentados e que apresentam ardor intenso é recomendado infiltração anestésica com lidocaína a 2% em torno da lesão. O bloqueio anestésico diminui sobremaneira os sintomas clínicos.

    • A aplicação de calor local, imediatamente após o acidente, pode reduzir a sintomatologia.

    • Os analgésicos e anti-inflamatórios de uso sistêmico ajudam no combate à dor e à inflamação, bem como o uso de corticosteróides.

    • Os doentes acometidos pela síndrome hemorrágica devem ser tratados em ambiente hospitalar com reposição de plasma fresco, hemoderivados e cuidados especiais com as hemorragias internas.

    • Está se avaliando o uso de soro heterólogo específico, embora este ainda não esteja disponível, até o presente momento, em quantidade suficiente.

    • A extirpação cirúrgica de granulomas, às vezes, é uma arma heróica no tratamento das reações crônicas.

    • Finalizando, deve ser salientado que os acidentes por animais peçonhentos constituem emergência médica freqüente em nosso meio, requerendo tratamento adequado e imediato, evitando com isso que muitos doentes evoluam para o óbito.


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    Ruy C. Macedo
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    Last Updated: 19-03-2003

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